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Como investir o 13º salário (guia completo para multiplicar seu dinheiro)

Quer investir neste fim de ano? O décimo terceiro salário representa muito mais que uma gratificação de fim de ano. Para quem compreende as estratégias corretas, essa quantia pode ser o primeiro passo para construir um patrimônio sólido e conquistar a tão sonhada liberdade financeira.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor médio do 13º salário em 2024 ultrapassou R$ 3 mil por trabalhador.

A grande questão não é apenas receber esse dinheiro extra, mas sim tomar decisões inteligentes que gerem resultados duradouros para suas finanças.

O primeiro passo: avalie sua situação financeira

Antes de escolher onde aplicar seu 13º salário, é fundamental fazer um diagnóstico honesto da sua situação financeira atual. Essa análise direcionará suas escolhas e garantirá que você tome as melhores decisões.

Dívidas em atraso? Priorize a quitação

Se você possui pendências financeiras, especialmente aquelas com juros altos como cartão de crédito e cheque especial, essa deve ser sua prioridade absoluta.

Os juros dessas modalidades facilmente ultrapassam 10% ao mês, um custo que nenhum investimento consegue superar consistentemente.

A estratégia mais eficiente é começar pelas dívidas com as maiores taxas de juros. Cartão de crédito rotativo, cheque especial e empréstimos pessoais geralmente lideram esse ranking.

Ao eliminá-las, você obtém um “retorno” imediato equivalente à taxa de juros que deixará de pagar.

Especialistas são unânimes: quitar dívidas caras é o melhor investimento que você pode fazer. É como ter uma rentabilidade garantida que pode chegar a 300% ao ano ou mais, dependendo dos juros que você está pagando.

calcule suas dívidas

Monte sua reserva de emergência

Para quem já zerou as dívidas ou está em dia com suas obrigações, o próximo passo é construir uma rede de proteção financeira.

A reserva de emergência é um colchão de segurança para enfrentar imprevistos: desemprego, problemas de saúde, despesas inesperadas ou oportunidades que surgem de repente.

O montante ideal varia entre três e seis meses das suas despesas mensais. Se você gasta R$ 3 mil por mês, sua reserva deve ficar entre R$ 9 mil e R$ 18 mil.

Utilize parte do seu 13º para dar esse primeiro passo, e vá complementando com aportes mensais até atingir o valor adequado.

Como investir no Tesouro Direto com o 13º Salário

O Tesouro Direto é frequentemente a primeira opção para quem está começando a investir, e não é por acaso. Criado em 2002, o programa do governo federal permite que qualquer pessoa empreste dinheiro para o Estado brasileiro em troca de juros.

Tesouro Selic: Liquidez e segurança

O Tesouro Selic é perfeito para sua reserva de emergência. Com rentabilidade atrelada à taxa básica de juros (Selic) e possibilidade de resgate a qualquer momento, esse título oferece previsibilidade e liquidez.

Com aplicação mínima de apenas R$ 30, você pode começar mesmo com valores pequenos. A rentabilidade acompanha a Selic, que em outubro de 2025 está em patamares atrativos para investimentos conservadores.

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Tesouro IPCA+: Proteja-se da inflação

Para objetivos de médio e longo prazo, o Tesouro IPCA+ é uma excelente alternativa. Esse título garante uma taxa prefixada mais a variação da inflação, protegendo seu poder de compra ao longo dos anos.

Se você pretende usar o dinheiro daqui a 3, 5 ou 10 anos para uma viagem, entrada de imóvel ou aposentadoria, o Tesouro IPCA+ assegura que seu dinheiro não perca valor real, além de render um percentual acima da inflação.

Como investir em CDB: Rendimento atrativo com segurança

O Certificado de Depósito Bancário (CDB) funciona como um empréstimo que você faz para bancos e instituições financeiras. Em troca, recebe uma remuneração em forma de juros.

CDB Pós-Fixado

Os CDBs atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) são os mais comuns. Você encontra opções que pagam entre 90% e 130% do CDI, dependendo do banco emissor, prazo e valor investido.

Para valores maiores e prazos mais longos, é possível encontrar CDBs que pagam acima de 100% do CDI, superando a rentabilidade do Tesouro Selic.

CDB Prefixado

Se você tem um objetivo específico de curto prazo nos próximos meses, o CDB prefixado oferece uma taxa de retorno conhecida desde o momento da aplicação. Você sabe exatamente quanto vai receber no vencimento, independente das oscilações econômicas.

CDB IPCA+: O melhor dos dois mundos

Os CDBs híbridos combinam uma taxa prefixada com a correção da inflação. Para horizontes de investimento superiores a um ano, essa modalidade protege seu patrimônio da inflação enquanto oferece ganho real.

A maioria dos CDBs conta com garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil por CPF e instituição, adicionando segurança extra à aplicação.

Como investir em fundos imobiliários com o 13º

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Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) democratizaram o acesso ao mercado imobiliário. Em vez de precisar de centenas de milhares de reais para comprar um imóvel, você pode se tornar “dono” de pequenas frações de empreendimentos por valores acessíveis.

Diversificação imediata

Ao investir em fundos imobiliários, você adquire cotas de um fundo que possui diversos imóveis: shoppings, galpões logísticos, lajes corporativas, hospitais e outros. Com um único investimento, você se expõe a múltiplos ativos imobiliários.

Renda mensal isenta de IR

A grande vantagem dos FIIs é receber dividendos mensais isentos de Imposto de Renda para pessoa física. Esses proventos vêm dos aluguéis pagos pelos inquilinos dos imóveis do fundo.

Para quem busca complementar a renda ou reinvestir dividendos para acelerar o crescimento patrimonial, os fundos imobiliários são uma alternativa interessante ao aluguel tradicional.

Como investir na bolsa de valores

Investir na bolsa de valores significa se tornar sócio de empresas. Ao comprar ações, você participa dos lucros (e prejuízos) do negócio, podendo ganhar de duas formas: valorização das ações e distribuição de dividendos.

Comece por empresas consolidadas

Se você está dando os primeiros passos no mercado de ações, priorize empresas sólidas, com histórico comprovado de resultados e que distribuem dividendos regularmente. Setores como bancos, energia elétrica e saneamento costumam ter empresas maduras e pagadoras de proventos.

Não coloque todos os ovos na mesma cesta

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A diversificação é fundamental na renda variável. Evite concentrar todo seu 13º em uma única empresa ou setor. Distribua entre diferentes segmentos da economia para reduzir riscos.

Para iniciantes, uma alternativa é começar com fundos de ações ou ETFs, que já oferecem diversificação instantânea através da gestão profissional.

Como Investir em outras opções de renda fixa

LCI e LCA: Isenção de Imposto de Renda

As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA) são similares aos CDBs, mas com uma vantagem importante: são isentas de Imposto de Renda para pessoa física.

Essa característica aumenta a rentabilidade líquida dessas aplicações. Por terem carência (geralmente 90 dias ou mais), são indicadas para quem não precisará do dinheiro no curtíssimo prazo.

CRI e CRA: Para Investidores Intermediários

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio representam títulos de dívida lastreados em recebíveis desses setores. Também são isentos de IR e costumam oferecer rentabilidades superiores.

Porém, não contam com garantia do FGC e têm menor liquidez. São recomendados para quem já possui experiência e reserva de emergência constituída.

Debêntures: Empréstimos para Empresas

Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas para captar recursos. Algumas são incentivadas (isentas de IR), outras não. As rentabilidades variam conforme o risco de crédito do emissor.

Antes de investir em debêntures, pesquise sobre a solidez financeira da empresa e verifique o rating de crédito atribuído por agências especializadas.

Como Investir Dinheiro e ter lucro mensal

Muitos investidores buscam estratégias que gerem fluxo de caixa recorrente. Algumas alternativas para quem quer renda mensal:

Fundos Imobiliários: Distribuem dividendos mensalmente, oferecendo previsibilidade de recebimentos.

Ações de Empresas Pagadoras de Dividendos: Algumas companhias distribuem proventos trimestralmente ou semestralmente, mas você pode montar uma carteira diversificada que gere fluxo mensal.

CDBs com Liquidez Diária: Permitem resgates parciais mensais sem perda de rentabilidade, desde que respeitados os limites da aplicação.

Fundos de Renda Fixa: Alguns distribuem rendimentos mensais aos cotistas.

É importante entender que rentabilidade passada não garante retornos futuros, e todo investimento envolve riscos. Diversificar é a chave para equilibrar risco e retorno.

Como Investir em Dólar com parte do 13º

A dolarização de parte do patrimônio protege contra desvalorizações do real e oferece diversificação cambial.

Opções para Exposição ao Dólar

Fundos Cambiais: Investem em ativos atrelados à moeda americana, com liquidez diária.

ETFs de Dólar: Negociados na bolsa, replicam a variação da moeda.

Conta em Dólar: Alguns bancos oferecem contas em moeda estrangeira.

Tesouro com Proteção Cambial: Títulos indexados à variação do dólar.

Especialistas recomendam que a exposição cambial fique entre 5% e 15% do patrimônio total, dependendo do perfil e objetivos do investidor.

Como investir em Fintechs

Diversas fintechs oferecem plataformas simplificadas para investir com poucos cliques:

Nubank: Oferece CDB com liquidez diária, fundos de renda fixa e acesso ao Tesouro Direto através do Nu Invest.

Mercado Pago: Disponibiliza CDB e fundos de investimento com aplicação mínima baixa.

PicPay: Possui opções de renda fixa e fundos através de sua plataforma de investimentos.

Inter: Oferece portfólio completo incluindo renda fixa, fundos, ações e ETFs.

A praticidade dessas plataformas atrai iniciantes, mas é importante comparar rentabilidades e custos antes de decidir onde investir.

Como dividir o 13º Salário

Uma abordagem equilibrada maximiza os benefícios do seu dinheiro extra. Considere esta divisão:

50% para prioridades financeiras imediatas: Quitação de dívidas caras ou construção/reforço da reserva de emergência em Tesouro Selic ou CDB com liquidez diária.

30% para objetivos de médio prazo: Projetos entre 1 e 5 anos, como viagem, curso, troca de carro ou entrada de imóvel. Considere Tesouro IPCA+, CDB IPCA+ ou fundos de renda fixa.

20% para objetivos de longo prazo: Aposentadoria, independência financeira ou grandes sonhos futuros. Aqui entram ações, fundos imobiliários e investimentos com horizonte acima de 5 anos.

Essa divisão não é rígida. Ajuste conforme sua realidade, idade, responsabilidades e momento de vida. O importante é ter clareza sobre seus objetivos e alinhar os investimentos a eles.

Poder dos juros compostos ao investir o 13º

Aplicar R$ 3 mil no Tesouro IPCA+ com retorno de IPCA + 6% ao ano pode se transformar em aproximadamente R$ 5.400 em 10 anos, considerando inflação média de 4% ao ano.

Mas o verdadeiro poder aparece quando você cria o hábito: investindo o 13º de cada ano por uma década, com aportes mensais adicionais, você pode acumular um patrimônio superior a R$ 50 mil.

Esse é o segredo da construção de riqueza: consistência ao longo do tempo. Não se trata de acertar o investimento perfeito, mas de manter disciplina e persistência.

Erros que você deve evitar ao investir

Gastar tudo em Dezembro

A pressão consumista do fim de ano seduz muitas pessoas a dilapidar completamente o 13º. Estabeleça um limite para gastos festivos e proteja o restante para seus objetivos financeiros.

Investir sem conhecer o produto

Aplicar em ativos apenas porque alguém recomendou, sem entender riscos e características, pode resultar em perdas. Sempre estude antes de investir.

Ignorar o perfil de investidor

Cada pessoa tem tolerância diferente a riscos. Colocar todo o 13º em ações sem ter estômago para volatilidade pode levar a vendas no momento errado, cristalizando prejuízos.

Não diversificar

Concentrar todo o recurso em um único ativo aumenta os riscos desnecessariamente. Mesmo em renda fixa, distribua entre diferentes emissores e tipos de título.

Esquecer da liquidez

Não coloque dinheiro que pode precisar no curto prazo em investimentos com carência ou baixa liquidez. Mantenha parte dos recursos em aplicações que podem ser resgatadas rapidamente.

Comece sua jornada de investimentos

A diferença entre quem constrói patrimônio e quem perpetua dificuldades financeiras está nas escolhas que fazemos hoje. Seu 13º salário pode ser apenas mais um valor que passa rapidamente pelas mãos ou a semente de uma árvore financeira que crescerá por décadas.

Abra uma conta em uma corretora de valores, faça seu teste de perfil de investidor e dê o primeiro passo. Mesmo começando com valores pequenos, o importante é criar o hábito de fazer o dinheiro trabalhar a seu favor.

A melhor hora para começar a investir foi há 10 anos. A segunda melhor hora é agora. Seu eu do futuro agradecerá pelas decisões inteligentes que você tomar hoje com seu 13º salário.

Perguntas frequentes

1. Devo investir o 13º mesmo tendo dívidas no cartão de crédito?

Não. Se você possui dívidas com juros altos como cartão de crédito rotativo ou cheque especial, priorize quitá-las antes de investir.

Os juros dessas modalidades podem ultrapassar 15% ao mês, um custo que nenhum investimento consegue superar.

Ao eliminar essas dívidas, você obtém um retorno imediato equivalente aos juros que deixará de pagar, que pode chegar a 300% ao ano ou mais.

Apenas dívidas com juros baixos, como financiamento imobiliário, permitem que você equilibre entre amortização e investimentos.

2. Qual o melhor investimento para iniciantes que nunca aplicaram antes?

Para quem está começando agora, o Tesouro Direto (especialmente Tesouro Selic) e CDBs com liquidez diária atrelados ao CDI são as melhores opções.

Esses produtos combinam segurança, facilidade de compreensão, baixo risco e possibilidade de resgate quando necessário.

O Tesouro Direto aceita aplicações a partir de R$ 30, permitindo que você comece mesmo com valores pequenos.

Após ganhar experiência e confiança, você pode diversificar para outros ativos como fundos imobiliários, LCI/LCA e eventualmente ações.

3. Como investir o 13º se eu recebo um salário baixo?

O valor do seu salário não é obstáculo para começar a investir. O mais importante é criar o hábito e ser consistente. Com o Tesouro Direto, você pode começar com apenas R$ 30.

Muitos CDBs têm aplicação mínima de R$ 100 ou R$ 500. O segredo está nos juros compostos: mesmo pequenas quantias, quando investidas regularmente ao longo dos anos, se transformam em patrimônio significativo.

Se você recebeu R$ 1.500 de 13º, pode destinar 50% para necessidades imediatas e investir R$ 750 divididos entre reserva de emergência e outros objetivos.

4. É melhor investir todo o 13º de uma vez ou dividir em aplicações mensais?

Depende dos seus objetivos e da estratégia escolhida. Para renda fixa (Tesouro Direto, CDBs, LCI/LCA), investir o valor total do 13º de uma vez é mais vantajoso, pois o dinheiro começa a render imediatamente.

Para renda variável como ações, pode fazer sentido dividir em aportes mensais para fazer um “preço médio” e reduzir o risco de comprar tudo em um momento desfavorável.

Uma estratégia equilibrada é: aplicar a maior parte do 13º em renda fixa de uma vez e, se sobrar algo para ações, dividir esse montante em 3 ou 4 compras mensais.

5. Posso usar parte do 13º para lazer e ainda assim investir?

Sim, e isso é até recomendado para manter o equilíbrio entre saúde financeira e qualidade de vida.

Uma sugestão é aplicar a regra 70-30: destine 70% do 13º para objetivos financeiros prioritários (quitação de dívidas, reserva de emergência ou investimentos de médio/longo prazo) e 30% para realizar desejos pessoais, presentes de fim de ano ou lazer.

Essa abordagem permite que você celebre o recebimento da gratificação, aproveite as festas de fim de ano e, ao mesmo tempo, construa seu futuro financeiro de forma sustentável.

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